Banido de Roma como traidor, vai juntar-se ao seu inimigo mortal para com ele destruir o povo que o exilou. Acabando por ceder às súplicas da sua mãe, que sempre o influenciou, decide não invadir Roma e é então morto por traição pelo seu novo exército, ao mesmo tempo que a sua mãe é elevada a heroína da nação.
Victor Hugo Pontes |
De salientar a cena da morte de Coriolano, muito bem coreografada com a aclamação da sua mãe, simbolicamente muito interessante pela simultaneidade de espaço e tempo.
Victor Hugo Pontes |
A interpretação dos actores não está, na sua maioria, à altura do texto. O verso provoca em muitos actores a típica cantilena, que faz com que o público ja nem oiça exactamente o que está a ser dito porque é embalado apenas na forma. Nos momentos de tensão todos os actores escolhem mostrar a raiva, o medo, a cólera das suas personagens gritando sem cessar, o que não nos deixa grande margem para sentir alguma emoção. As personagens Coriolano e Aufídio parecem nunca sair desse registo.
Destaca-se a personagem Volumnia, interpretada por Ana Bustorff, que mantém uma postura sempre bastante forte, inquebrável e influente das personagens que a rodeiam, sem que para isso tenha que estar constantemente a gritar.
O mesmo acontece com a personagem de Menenio, por Pedro Frias, que consegue ultrapassar a tendência da declamação e do desespero gritado.
Quanto à personagem Vergília, é muito difícil ver a cara da actriz uma única vez, visto estar sempre a esconder-se atrás do cabelo ou das outras personagens, talvez numa decisão da encenação para mostrar a fragilidade a submissão da personagem face a Coriolano e Volumnia.
Victor Hugo Pontes |
Shakespeare é garantia de um bom texto, sim, mas não garante sempre um bom espectáculo.
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