Informam-nos de que o espectáculo que vamos ver é uma disco-performance.
E que raio é uma disco-performance? Perguntamos nós, uns entusiasmados, outros de sobrolho franzido, todos às escondidas.
Rapidamente nos deixamos de dúvidas, a porta abre-se para um som de discoteca às 5 da manhã e Albano Jerónimo marca-nos na pele a prova de entrada. O carimbo pode fazer-nos sentir à entrada de um festival ou gado acabadinho de comprar.
Ficamos a olhar para um touro mecânico, que poderá ser Zeus, e Albano vai montá-lo, podendo ser a Europa. Porque afinal, quando uma espécie de amigo, o facebook, lhe pergunta em que está ele a pensar, Albano conta-nos a história de Zeus e Europa. 27 likes.
Entre momentos de dança e festa aparentemente inocente vai sendo passada uma mensagem acerca de Angela Merkel, acerca desta nossa Europa, acerca da revolta ou da falta dela.
Entre todas as interpretações possíveis do que acabamos de ver, não sabemos se alguma delas foi a opção da criadora Cláudia Lucas Chéu, nós escolhemos esta.
Vivemos na era da informação, temos acesso a tudo o que é bom e a tudo o que é nada, ouvimos o desespero aqui ao lado e ouvimos a Europa ora a dirigir-nos, ora a incendiar as ruas. É muito fácil perdermo-nos no lixo informativo, é muito fácil incendiarmo-nos com ele. O que daqui resulta é um barulho ensurdecedor, às vezes não percebemos porquê, outras não conseguimos impedir-nos de gritar. Tem-se gritado muito. Resta saber que importância é que isso tem.
Europa, Europa...
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