É uma encenação frenética, imparável, um motor que liga e não pára até ao fim e que o público é obrigado a seguir, literalmente, pelo texto, pelo espaço, pela dança, pela vista.
O aproveitamento de todo o espaço, a condução do público por dentro do espectáculo é uma aposta muito boa, apesar de por vezes não ser muito claro o que nos cabe a nós fazer.
A sequência de histórias, imagens e personagens mostra muito boas ideias, surpreendentes e engraçadas, apesar de a passagem entre elas ainda não estar, por vezes, muito orgânica.
Recriar os sonhos de uma vila inteira é o que é proposto a apenas quatro actores e um furacão de acessórios e ideias em catadupa. E eles fazem-no, sem medo, sem hesitar, sem se perderem e com um bom controle do espaço, cena e público. As personagens vão surgindo em sequência e a versatilidade exigida é impensável mas bem conseguida na maioria das vezes. Precisamos talvez de mais tempos de afirmação de cada cena, para poderem ser mais bem aproveitadas como merecem.
É um espectáculo diferente do habitual, uma experiência sensorial que mantém constantemente o público alerta enquanto vai percorrendo o sonho da vila com um sorriso nos lábios.
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