Entenda-se primeiro que o conceito é uma criação a partir de documentos autênticos que reúne actores, alunos de artes performativas e pessoas que nunca tiveram contacto com o teatro. Entenda-se sobretudo que “é uma revista insurrecta, que nos lança num carrossel de imagens, de desencontros artísticos, de questionação, não dependendo da poética Aristotélica, não dependendo do bom-senso narrativo, simplesmente de acontecimentos.”
A história vai saltitando entre a morte de Catarina Eufémia no Alentejo, frases de pensadores e políticos de diferentes séculos entre os quais Mussolini, Luís XIV ou Lincoln, momentos de música original e de cantautores portugueses como Zeca Afonso e momentos performáticos que evidenciam jogos de corpo e sonoridades.
As imagens criadas pelo espetáculo são quase sempre directas, com um humor irónico e político claro está, despertando rápida e facilmente reacções na plateia que se emociona, trauteia, aplaude e recolhe comovida os cravos distribuídos no final.
As imagens criadas pelo espetáculo são quase sempre directas, com um humor irónico e político claro está, despertando rápida e facilmente reacções na plateia que se emociona, trauteia, aplaude e recolhe comovida os cravos distribuídos no final.
Nas interpretações dos actores nota-se o diferente grau de experiência no grupo mas a mensagem jamais foi defraudada, o que parece ser a intenção deste projecto.
No final, a liberdade é sopro que percorre toda a sala, primeiro em murmúrios, terminando em quase grito dos actores e do público. Talvez não seja só teatro o que ali se passa.
Eufémia, é um espectáculo criado pela Animateatro para celebrar os 40 anos sobre o 25 de Abril, apresentado no Seixal, um dos concelhos mais saudosistas da data, um dos que mais acaloradamente a recorda. Se nova revolução não começou nesta sala após o espectáculo, pouco faltou.
0 comentários:
Enviar um comentário